Desta forma, agricultores, técnicos e demais agentes envolvidos na fileira, deverão estar atentos a novas pragas e doenças que, cada vez mais estão na ordem do dia, resultamtes de diversas conjugações de factores tais como a mobilidade de produtos acabados, sementes, transportes, embalagens e também das alterações climáticas. Assim, já não são só as pragas e doenças "tradicionais" que nos apoquentam pois, a par delas, vão surgindo outras que, pelo facto de serem desconhecidas, causam, nos primeiros anos, estragos económicos consideráveis.
A Epitrix similaris é uma praga recente na europa que causa prejuízos avultados, pelo que há que estar muito atento e vigilante. É oriunda da América do Norte e foi detectada em Portugal em 2007.
BIOECOLOGIA
A Epitrix similaris Gentner, é um coleóptero negro brilahnte com patas posteriores muito desenvolvidas. O corpo de forma oval e a cabeça e o protórax são estreitos com olhos moderadamente proeminetes. É um insecto que mede de 1,6 a 1,9 mm. Hiberna no solo sobre os resíduos das culturas e/ou das infestantes e na primavera migra para as folhas da cultura onde acasalam.
Os ovos são microscópicos e ovais e as posturas são feitas na zona do colo da planta.
Após a eclosão dos ovos, as larvas migram para os tuberculos. As larvas são de cor branco creme medem entre de 2 a 3 mm, e têm 3 pares de patas pouco visiveis; após o seu completo desenvolvimento pupam em galerias feitas no solo. As pupas são de cor branco e medem de 6 a 8 mm.
Consoante as condições climatéricas podem ter duas a três gerações no caso de Portugal continental
CICLO DE VIDA
ADULTO
ESTRAGOS
MEIOS DE LUTA
Luta Cultural
- Rotação cultural;
- eliminação dos restos de cultura e dos hospedeiros (erva moira, figueira do inferno. São também hospedeiros o tomateiro, beringela e pimenteiro).
Luta qímica
Esta deverá ser a última opção até porque só agora (4 Março 2009) é que foram homologadas as substâncias activas bifentrina e acetamiprida (nº máximo de aplicações 2), no âmbito do alargamento de espectro.
Bibliografia: COTHN; DGADR; Bayer Cropsciense. Fotos: Conceição Boavida e Rita Teixeira
Bibliografia: COTHN; DGADR; Bayer Cropsciense. Fotos: Conceição Boavida e Rita Teixeira
10 comentários:
As introduções biológicas deixam-me sempre muito apreensiva. Com a abertura dos mercados, e consequente troca de material biológico, sempre foram, pelo menos, esperadas. Tratando-se de uma introdução recente, as minhas preocupações são acrescidas. Desconheço, por completo, a realidade deste caso.
Contudo, gostava de saber, a nível do continente português, se são conhecidos os factores edafo-climáticos propícios ao desenvolvimento da mesma, bem como os agentes de dispersão (referistes alguns), se se conhece a distribuição desta praga, se estão a ser tomadas medidas para que a mesma não se expanda e se esta já assume alguma dimensão, em termos económicos.
Bjs
Olá Grace,
os vectores da praga são os que normalmente existem para outras pragas que vão desde a partilha de palotes, dissiminação através de material vegetal, meios de transporte, etc.
A praga assume já uma importância económica considerável ao ponto da DGADR ter homologado 2 substâncias activas para o binómio praga/cultura. A distribuição geográfica centar-se masi no Ribatejo/Oeste e as condições edafo-climáticas são as que ocorrem em toda a Região continental.
Não sei se nos Açores, particularmente aí em S. Miguel existe a praga ou não, contudo, fica desde já o alerta e poderás entrar em contacto com os nossos colegas dos serviços agrícolas da Ilha para obteres informação sobre o assunto e para que nós por cá também possamos saber qual o ponto da situação aí pelos Açores!.
Bjinhos
Jorge, obrigada pelos teus esclarecimentos. Irei entrar em contacto com os nossos colegas da Região.
Contudo, ainda me restam algumas questões. Sabendo-se que a praga se encontra ainda circunscrita ao Ribatejo/Oeste, e que tem condições edafo-climáticas para expandir-se por todo o continente português, pergunto-te que medidas estão a ser tomadas, para além do controlo químico, para que a mesma não se dissemine, designadamente se existem acções de sensibilização junto dos agricultores, se esta região está sujeita a uma monitorização mais apertada e se, na tua opinião, achas que existem preocupações, a nível oficial, para que a praga não se propague. Estou ciente que, muitas vezes, certas acções poderão não ter aceitação por parte dos produtores. Todavia, como é uma introdução recente e está ainda localizada, não posso deixar de manifestar a minha preocupação com a sua disseminação.
Os efeitos de uma introdução nunca são esperados, visto que as condições, nomeadamente as edafo-climáticas, são diferentes das da sua proveniência. E neste caso, com condições favoráveis ao seu desenvolvimento em todo o continente português, penso que deverão ser tomadas todas as medidas que se acharem convenientes, para que não haja a propagação desta praga.
Temos já exemplos de outras introduções, designadamente de pragas nos Açores, como o escaravelho japonês. E existem muitos outros exemplos, designadamente também em relação às plantas introduzidas, mas seria outro tema, embora as premissas sejam semelhantes.
Mais uma questão que te quero colocar e que se prende com a eficácia das substâncias activas homologadas. Neste momento, devo confessar que a minha informação sobre os produtos fitofarmacêuticos está muito desactualizada. Não sei se estas substâncias activas foram homologadas agora só para Portugal, se já estavam ou não a ser utilizadas em outros países da comunidade europeia. Pergunto-te se tens conhecimento da sua eficácia.
Beijinhos
Olá, Jorge!
Parabéns pelo artigo!
Felizmente, esta praga ainda não está instalada na Madeira, embora estejamos informados sobre a mesma.
Um abraço!
Grace,
as substâncias activas em questão já eram utilizadas e são no território nacional para outras finalidades, pelo que, a possibilidade de existir resistências é de considerar, além do mais, uma delas tem um intervalo de segurança de 92 dias, o que torna praticamente inviável a sua utilização em algumas vaiedades e como tal a alternância de produtos fica sem possibilidade de utilização...
Joaquim, Obrigado!
Jorge,
Agradeço as tuas explicações.
Em relação aos Açores, já estou em condições de informar-te que esta praga nunca foi detectada na Região. Acrescento ainda que são efectuadas inspecções aos tubérculos que são importados e a alguns campos de produção.
Beijinhos
O Gajo sabe "poderes"...
Abraço
Existem informações mais precisas sobre o assunto nomeadamente sobre a dispersão e o conhecimento da praga Epitrix similaris ( praticamente identico ao Epitrix tuberis que parece provocar algumas "alergias" - não o insecto mas o nome - mas com o tempo passa) .
Pelo menos desde 2004 que existem estragos na batata na região da Maia/Vila do Conde. A praga disseminou-se rápidamente e efectivamente só foi detectada no Ribatejo em 2007.A praga está presente em praticamente todas as zonas produtoras de batata em Portugal e também na Galiza estando completamente fora de hipótese a sua erradicação tendo os serviços oficiais actuado tardiamente apesar de terem sido alertados variadíssimas vezes.
Quanto aos Açores suponho que só existe o Epitrix cucumeris que não provoca estragos no tubérculo (apesar de atacar o sistema radicular).
Cumprimentos a todos
Rubens Oliveira
Rubens,
Obrigado pelos teus esclarecimentos e se tiveres mais detalhes agradecia que enviasses um mail e se desejares publicar algo sobre o assunto, etará este blog de portas abertas....
Quanto aos serviços oficiais terem actuado tardiamente... pois, é o que temos, infelizmente!
abraço e obrigado!
Bom dia
Tenho mais informações mas por falta de tempo enviarei mais tarde.
De qualquer forma a EPPO já lançou um aviso sobre o Epitrix similaris tendo sido incluido em quarentena.
Voltamos ao contacto mais tarde
Um abraço
Rubens
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