quarta-feira, 21 de março de 2012

HORTICULINÁRIA - Nabos, nabiças e grelos de nabos..., por Catarina Lourenço*

História

O nabo já é consumido desde há muito tempo, ponderando-se ser uma cultura pré-histórica. Os Romanos já o distinguiam em variedades compridas, redondas e achatadas, sendo algumas designadas com os nomes de cidades gregas.
Supõe-se que o berço do nabo seja a Ásia Central, a Oeste dos Himalaias, se bem que a margem Norte do Mediterrâneo foi de importância fulcral para o seu desenvolvimento e difusão na Europa.

Em Portugal, existe uma Confraria Nabos e Companhia, situada em Carapelhos, Mira.

Culinária

Bastante difundidos na nossa culinária, o nabo, as nabiças e os grelos de nabo são, desde sempre, alimento comum nas nossas mesas.


Cozido à Portuguesa que se preze, tem de levar nabo; e é muito comum no puré das sopas de legumes. Menos comum, mas utilizado, é a mistura do puré de nabo com outros purés, nomeadamente batata, cenoura ou abóbora.
Ainda há quem o descasque e rale, temperando com limão para consumo em crú, sozinho ou misturado com outras saladas.
Há quem os coza e os sirva com manteiga derretida aromatizada ou molho de queijo.
Os temperos mais utilizados são sal, azeite, e plantas aromáticas como cebolinho, funcho, salsa, cravinho, mostarda, coentros e hortelã.
O nabo ainda é usado para fazer doce, também conhecido por “nabada”, com açúcar e amêndoa.

As nabiças, por sua vez, são largamente utilizadas nas sopas e nos esparregados, e também em migas, cozidas com feijão-frade a acompanhar peixes fritos ou enchidos, ou simplesmente cozidas, temperadas com azeite e servidas como acompanhamento. As folhas mais novas e tenras podem ser usadas, em cru, como salada.
Na zona de Góis, também se usam em papas, tanto papas doces (papas de água com mel) como em papas salgadas, ambas com farinha de milho.

Já os grelos, costumam ser cozidos sozinhos e servidos como acompanhamento, salteados ou então usados para fazer arroz de grelos.

Nutrição

Qualquer um deles, tem um valor nutritivo interessante, sendo ricos em vitaminas e em fibras, assim como em cálcio e ferro .

No quadro seguinte, encontram-se os valores médios para 100 gramas de alimento não cozinhado, já que o processamento pode alterar alguns dados.
As percentagens de Dose Diária Recomendada (DDR) indicadas referem-se a uma dieta de 2000KCal e diferem em função da idade, sexo, peso corporal e ocupação da pessoa.
Adaptado de: http://www.centrovegetariano.org/Nutrientes.html

Medicina Tradicional Portuguesa

A polpa de nabo cozida é utilizada como cataplasma de frieiras; as nabiças em salada são bons anti-celulíticos; os nabos e as nabiças ajudam nas colites e obstipações, e os nabos, devido ao seu conteúdo em vitamina C, ajudam nos casos de eczemas.
Talvez o uso mais conhecido do nabo, no entanto, seja o xarope para a tosse, excelente por si só e melhorado com a adição de cenoura, contra catarro, tosse e bronquites.


Após estas considerações, tolos seríamos se não incluíssemos algum destes ingredientes na nossa alimentação, a qual, por si só, deve ser diversificada.
Existem imensas receitas e formas de preparar e, como sempre, o limite é a imaginação; mas hoje, tendo em conta a época do ano, favorável a tosses e constipações, a receita escolhida é de carácter medicinal.


Xarope de Nabo

Descascar e cortar em pedaços pequenos uma ou duas cabeças de nabo cruas.
Para cada duas partes, juntar uma de açúcar mascavado ou amarelo; ou, se se preferir mais doce, uma parte de nabo e uma parte de açúcar.
Deixar macerar um pouco, e ir tomando o xarope que se forma, às colheradas, ao longo do dia.
Quando se esgotar, adicionar mais açúcar. Utilizar novos pedaços de nabo quando já não se formar xarope com o açúcar.



Outra versão, faz-se com nabo e cenoura, da mesma maneira.


* Catarina Lourenço http://www.blogger.com/profile/14752411433810543806

5 comentários:

Joaquim Marques AC disse...

Quer-se-dizer... anda o povo a falar dos nabos noutros lugares e, aqui, onde é próprio ninguém bota faladura...
Eu, hoje, não venho falar mal dos nabos, não vá o dono do blog ficar mais zangado do que já anda, não é nada pessoal, é coisa de gostar pouco, dos nabos, não do dono do blog, que dele gosto muito, até receber os presuntos prometidos... depois, falamos e direi tudo o que penso dele!

Do que eu queria falar, mal, era das nabiças... também sem segundas interpretações... o raio das nabiças, com aquele sabor azedo, aqueles picos que me arranhavam a garganta sensível, ó raça de erva!
Era uma luta, lá em casa dos progenitores: - come as nabiças quinzinho!- não como!- come e eu dou-te cinco tostões para comprares um pirolito!- também não gosto de pirolitos - ou comes as nabiças ou levas um estaladão! Que remédio... agrrr... nabiças dum cabrão!
E, esparregado de nabiças?! Nem vos conto... andava 1 semana a fazer cócó verde!
NÃO GOSTO DE NABIÇAS!

À autora do texto, os meus cumprimentos pela pesquisa, pelas mézinhas prá tosse, pela fotografias bonitinhas.
(viram, também sei ser simpático)

Jorge Carvalho disse...

hummmmmmmmmmm, tu quando és simpático queres algo em troca... de mim já sei o que queres... agora da Catarina????

Catarina Lourenço disse...

Sr. Joaquim Marques AC, boa noite!

Agradeço, desde já, a gentileza do seu comentário, no que se me refere.
Quanto às nabiças, concordo que o sabor não é do agrado de toda a gente, mas também acredito que o gosto é algo que se educa... Mesmo quando temos de ultrapassar alguns traumas infantis (o senhor com as nabiças, eu com a sopa de feijão-verde), e que, devidamente ultrapassados, assim se poderá enriquecer a nossa cultura gastronómica, fortalecer a nossa saúde pela diversidade da alimentação, e acima de tudo, fortalecer o espírito pela tentativa bem sucedida e pelo aumento do conhecimento.

Mais uma vez, bem-haja pela atenção.

Jorge, creio que o senhor Joaquim quer que eu invente uma receita com os nabos e os presuntos que seja do seu agrado. Portanto, podes mandar os presuntos para aqui, que eu prontifico-me a testá-los devidamente...
:D

Beijinhos

PS - Reparei agora na já possível subscrição dos comentários. Bem-haja! :)

Joaquim Marques AC disse...

Ei!!!
Menina Catarina!!!
Qé isso?
Vê-se logo que é "amiga" do Jorge...
Não contratei nenhum provador!
Os presuntos são o resultante dum acordo comercial, livremente acordado, de prestação de serviços! O que me disseram, é que a porca que vai parir o leitão, que dará os presuntos, ainda não nasceu mas, eu espero!
Agora, se me arranjar a receita, sou até capaz de passar a gostar de nabos, a elevar o espírito e as mãos ao Céu e a convidá-la para o repasto!
Cumprimentos

Catarina Lourenço disse...

Sr. Joaquim, por quem sois! E por quem me tomais??
Não sou, nem nunca serei, uma provadora contratada!
Eu sou uma verdadeira provadora amadora, não preciso de contrato, faço-o por amor à causa!!! (ou, neste caso, aos presuntos...)

Esses presuntos do leitão por parir da porca por nascer, então, para si reservados, não ousarei requisitar ao caro Jorge... Por outro lado, espero que ele me forneça com alguns de qualidade semelhante, nunca inferior, para que se possa testar verdadeiramente as ainda inéditas receitas de nabos e presunto...
Aí sim, se bem conseguidas, partilharemos as receitas, ou os repastos, digna e deliciosamente!

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