terça-feira, 1 de março de 2011

Extra comunitários...


Recentemente foi lançado um alerta sanitário pelo RASFF (sistema de alerta rápido para alimentos)no qual alertava para a situação de tomates provenientes de marrocos terem sido encontrados em linhas de supermercados Suecos, nos quais tinham sido detectados resíduous de pesticidas de procimidona, um fungicida retirado da europa há vários anos. Também se detectaram resíduos de pesticidas (oxamilo e metamilo - também proíbidos na europa) em pimentos provenientes da Turquia!
Ora isto levanta-nos um problema (um porque afinal de contas são uma série deles...)de fiscalização (falta dela ou ineficácia da mesma) pelas autoridades competentes - estará em causa a saúde do consumidor?
Marrocos está aqui ao lado e os camiões que lá carregam entram no barco e vão direitinhos para os mercados europeus sem serem fiscalizados (parte deles, claro). Afinal de contas é tomate proveniente de produtores espanhóis, portugueses e outros, incluindo marroquinos que ao abrigo de protocolos entram na europa como que se na europa tivessem sido produzidos...
Da Turquia, com os Países de leste que entraram na comunidade, e devido à proximidade geográfica e política, o caso é semelhante...
Temos agora grandes grupos económicos que investem em todo o lado e de todo o lado importam mercadorias que chegam às nossas prateleiras!
De facto não há justiça neste mundo agrícola nem económico pois, os produtores nacionais, além de terem de cumprir regras muito mais apertadas e estarem sujeitos a uma desleal concorrência por via do preço exorbitante das matérias primas, estão também a competir com países onde a mão de obra custa por mês o valor de um almoço para 4 pessoas em Portugal ou de 1/3 de depósito de gasóleo de um qualquer automóvel...como se não bastasse, ainda se tem de competir com produtores que podem aplicar produtos fitofarmacêuticos que já não circulam na Europa!
Mete-me confusão que as grandes superfícies comerciais exijam protecção integrada aos agricultores, que cumpram as normas GLOBALGAP, certificação, etc, etc, etc e que, de repente, numa quebra qualquer da produção nacional (ou por outras razões - económicas...) importem de países onde as regras não são cumpridas (Marrocos por exemplo).
Depois fazem operações de charme o ano inteiro e o consumidor só se preocupa com o preço e com a vistosidade das coisas! E a qualidade alimentar?
Pois é... a qualidade alimentar não se vê, não se sente e não provoca danos no imediato, como tal tudo "marcha desde que bem apresentado" e nisso, bem, nisso há uns senhores que são especialistas...
O apelo e o grande objectivo desta publicação não é alarmar quem quer que seja, mas, simplesmente afirmar que a qualidade dos hortícolas produzidos em Portugal está ao mais alto nível em termos de segurança alimentar. Cabe a cada um de nós - consumidores - fazer um gesto tão simples como verificar a proveniência dos produtos e recusar os que são produzidos fora da comunidade europeia... se puderem consumir o que é português a economia nacional agradece, a segurança alimentar não é posta em causa e seremos todos muito mais felizes... vão ver!

1 comentário:

Fada disse...

Tenho dito o mesmo... Consumir o que é nosso, em primeiro lugar, se a diferença de preço for aceitável.

Confesso que, quando preciso dum abacaxi, compro um do Chile (??) ou sei lá de onde, pois custam 0.99e o Ananás dos Açores está a 4.99€... 4 euros de diferença por kg, numa altura em que precisava de o consumir em maiores quantidades que o costume, custam a dar.

Possivelmente, se a diferença por kg fosse cerca de 1 euro ou menos, não hesitaria na compra do produto português, tal como não hesito na aquisição de produtos biológicos (portugueses também, de preferência, porque há coisas que me custam a acreditar e a aceitar, como pêras biológicas da Nova Zelândia. Acho que estão muito longe para se aguentarem sem algum tipo de tratamento para a conservação e acho ridiculo precisar de pêras do outro lado do mundo, com o que isso implica em termos de custos ecológicos de transporte).

E cada vez menos gosto de grandes superfícies para a compra dos produtos frescos.
E não gosto que desapareçam as marcas dos produtores e tenhamos sempre a marca Continente, porque considero que isso acaba por estrangular muitos deles...

Enfim...
Há tanto para dizer sobre isto...

Beijitos

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